Palavras do Mestre dos Mestres

Palavras de despedida do Professor Antonio Lopes de Sá no X Prolatino, realizado em novembro de 2009.

“Eu não sei quanto tempo de vida me resta. Quem me criou também determinará, naturalmente, a hora em que serei convocado para outras missões. Posso ver, nesse poente da vida, muitas coisas. Eu dediquei feriados, dias santos, horas que roubei da família para dedicar a vocês. A minha última palavra é: “Enquanto um sopro de vida me restar, ele será de vocês”. Não sou candidato a nada. Não é discurso político, mas quero estar no coração de vocês”.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Exame de suficiência: luta pela qualidade

Notícias

Paulo Caetano*

Para boa parte da sociedade brasileira talvez seja novidade que, a partir deste ano, para ingressar na profissão contábil, é preciso passar por uma avaliação, o exame de suficiência. A exemplo do "exame da Ordem" na área do Direito, essa é uma expressão que vai se popularizar. A obrigatoriedade foi instituída pela Lei nº 12.249/2010, que também traz novas medidas de fiscalização e punição, prevendo inclusive a cassação do registro em caso de deslizes mais graves. O objetivo de tudo isso é promover o avanço e a valorização da contabilidade, oferecendo à sociedade, às empresas e ao setor público profissionais mais competentes. 

Divulgados no final de maio, os resultados do primeiro exame foram decepcionantes, assustadores. Apenas 5.650 dos 16.608 candidatos conseguiram aprovação: 30,83% dos que fizeram provas de bacharel em ciências contábeis e 24,93% de técnico em contabilidade, valendo sublinhar que bastava acertar o mínimo de 50% das questões.           

A sociedade talvez não lembre também que já havíamos feito uma tentativa de adotar esse exame, no meio contábil, só que por resolução. No período de 2000 a 2004, aplicamos dez exames, contabilizando ganhos substanciais. Como imaginávamos, a iniciativa funcionou como fiscalização indireta, diminuindo as autuações profissionais em cerca de 60%. Foi um tempo em que as instituições de ensino revelaram  preocupação maior com a qualidade dos seus cursos, investindo mais na formação dos professores, se interessando mais pelas questões pedagógicas, métodos de ensino, conteúdos ministrados e com as necessidades do mercado. O próprio sistema CFC-CRCs avançou no conceito de desenvolvimento profissional com a educação continuada, formato que hoje tem até programas de ensino à distância, procurando alcançar toda a classe em atividade - um contingente de mais de 500 mil no país.          

É cedo para dizer que os resultados dessa primeira edição são uma tendência, até porque, nos dez exames anteriores, a média de aprovação foi de 60%. Seja como for, a rede de ensino não precisa esperar para dar uma resposta. São mais de mil cursos de ciências contábeis formando milhares de alunos todo ano. Só em 2009 foram 32,3 mil, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Alguns deles são ótimos - no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2009, 28 tiveram conceito máximo, sete no Paraná - mas muitos andam completamente esquecidos do compromisso com a qualidade.
    
Contador, empresário da contabilidade e presidente do CRCPR; e-mail: pcaetano@pcaetano.com.br

Fonte: CFC

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