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Valor Econômico
As auditorias francesas foram fustigadas pelo principal órgão regulador contábil do Reino Unido por seu desempenho durante a crise da dívida grega. Stephen Haddrill, principal executivo do Financial Reporting Council, criticou a maneira pela qual as seguradoras e os bancos franceses foram autorizados por suas auditorias a declarar prejuízos com os bônus do governo da Grécia inferiores aos de alguns concorrentes europeus. "Não vejo uma auditagem sólida naquele país", disse Haddrill ao "Financial Times", afirmando que o problema mostrou que as medidas destinadas a introduzir um enfoque mais francês na regulamentação das auditorias em toda a União Europeia (UE) estariam equivocadas. Várias seguradoras e bancos franceses - além de seus concorrentes de outros países - registraram 21% de prejuízos sobre bônus governamentais gregos "disponíveis para venda" nos resultados do primeiro semestre de 2011. Eles argumentaram que as transações com os títulos eram escassas demais para serem significativas, o que lhes permitiria esquivar-se à baixa contábil de aproximadamente 50% imposta pelos preços de mercado. Outras instituições financeiras assumiram o impacto integralmente. A atitude dos bancos franceses foi contestada por Hans Hoogervorst, presidente do Conselho Consultivo de Normas de Contabilidade (Iasb, pelas iniciais em inglês), o órgão normativo da área. Ao corroborar as preocupações de Hoogervorst, Haddrill voltava suas baterias, especificamente, para as propostas de reforma radical do mercado de auditoria vazadas da Comissão Europeia no mês passado. "Quando vimos o que aconteceu com relação à deterioração da dívida grega, o país que já tem algumas dessas propostas, ou seja, a França, não avançou com relação a essa deterioração na profundidade alcançada por outros países", disse ele. Não foi possível contatar nenhuma autoridade da Comissão Europeia para obter seus comentários. As auditorias, de modo geral, evitam falar publicamente sobre as baixas contábeis motivadas pelos títulos gregos na França, alegando normas de confidencialidade para com o cliente. Em particular, personalidades destacadas de algumas redes mundiais de auditoria manifestaram frustração com sua impossibilidade de fiscalizar o cumprimento de um método uniforme de avaliação em todas as suas empresas filiadas nacionais. |
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Fonte: Valor Econômico |
CFC
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