Palavras do Mestre dos Mestres

Palavras de despedida do Professor Antonio Lopes de Sá no X Prolatino, realizado em novembro de 2009.

“Eu não sei quanto tempo de vida me resta. Quem me criou também determinará, naturalmente, a hora em que serei convocado para outras missões. Posso ver, nesse poente da vida, muitas coisas. Eu dediquei feriados, dias santos, horas que roubei da família para dedicar a vocês. A minha última palavra é: “Enquanto um sopro de vida me restar, ele será de vocês”. Não sou candidato a nada. Não é discurso político, mas quero estar no coração de vocês”.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ano novo, empresa nova

Notícias



Peça-chave na criação ou fechamento de empresas, o contador deve aplicar os princípios de gestão e inovação na própria carreira.


Lara Ely

O início do ano é um período em que muitas pessoas querem colocar em prática as metas empreendedoras e aplicar resoluções. Abrir um negócio próprio e fazê-lo crescer faz parte dos objetivos, mas muitas vezes a tentativa já esbarra em dúvidas na hora de planejar. Quais os trâmites legais? Como começar? Quem procurar? Qual projeto tem mais chances de dar certo? A falta de conhecimento sobre como proceder, muitas vezes, faz com que dezenas de empreendedores em potencial desistam antes mesmo de dar os primeiros passos. Prova disso é que quase metade das empresas abertas no Brasil fecha antes de completar dois anos de existência, segundo pesquisa do Sebrae. A informação denota o que a maioria já sabe: é preciso muito mais do que uma boa ideia para empreender um negócio.

“Se uma empresa não vai dar certo, é melhor descobrir isso antes mesmo de abri-la”, sentencia a supervisora da Gerência de Empreendedorismo e Inovação do Sebrae-



RS, Viviane Ferran. Para ela, o primeiro passo para quem quer se aventurar no mercado e gerenciar a vida profissional é fazer um plano. “Muitas pessoas acham que essa é mais uma etapa chata a ser cumprida e querem evitar a burocracia. Mas ela é fundamental, pois ajuda a avaliar e verificar as oportunidades”, afirma. Os principais empecilhos enfrentados são a falta de capital de giro, seguida da escassez de clientes e problemas financeiros. “Não basta ter boas ideias, força de vontade e determinação. Além de tempo e dinheiro, o empreendedor precisa de preparo, suporte e planejamento”, afirma.

Viviane alerta que é preciso abandonar a euforia inicial de ser empreendedor para ir além de uma visão superficial e pensar na operacionalização. “É importante verificar se há mão de obra disponível, se a matéria-prima é suficiente, se o preço final fica muito caro”, explica. Analisar as outras questões atreladas à parte contábil e gerencial também ajuda a perceber se o negócio tem chances de sucesso e, se for o caso, revisar a estratégia ainda no começo da empreitada.

E foi justamente a mudança de rumos que garantiu sucesso aos combinados de salmão do Sushi by Cleber, que estavam com os dias contados. Não fosse a união de esforços dos irmãos Vital, a ajuda do Sebrae e a presença de bons contadores, o restaurante japonês fecharia suas portas. Criado pelo sushiman paulista Cleber Vital (ex-proprietário do Saikô), em 1995, o restaurante esteve à beira da falência devido à falta de planejamento e de uma boa gestão orçamentária. A presença do irmão Ismael Tiger Vital na administração do negócio, associada a sua participação no curso Empretec, do Sebrae, em outubro de 2004, mudou o rumo do negócio. Ismael aplicou no restaurante do irmão Cleber o que aprendeu, incluindo noções de planejamento, gestão, metas e controle de fluxo de caixa. Na gestão interna, ele dividiu tarefas, reorganizou funções, revisou fornecedores e conseguiu, com a ajuda de uma equipe de contadores, sanear as finanças do empreendimento. “O restaurante ia quebrar, estávamos com contas atrasadas e uma desorganização interna muito grande. Em três anos, nós sextuplicamos o faturamento”, orgulha-se.

Atualmente, Ismael toma conta da parte administrativa, financeira, marketing e recursos humanos, enquanto Cleber e seus três primos fazem sushi. A divisão de tarefas, na opinião dele, foi um dos passos essenciais para o sucesso da casa que, há 15 anos, serve as iguarias aos porto-alegrenses. “O segredo para o negócio dar certo é você ter perfis que se complementam. Cada um desempenha seu papel dentro do restaurante”, afirma.

A participação no Empretec foi decisiva para mudar a perspectiva sobre negócios. “Essa experiência fez descobrir quais tinham sido meus erros anteriores.” Já o irmão Cleber trabalhou em um restaurante, depois abriu o Saikô, com outros sócios, até que decidiu ter seu próprio negócio. “Ele preparava os sushis, distribuía panfletos, era o responsável pela tele-entrega, depois abriu as portas da garagem, comprou 16 cadeiras e ficou esperando passar alguém”, relembra Ismael. A propaganda boca a boca e a divulgação pela rede de relacionamentos na internet foi o que determinou a durabilidade do empreendimento, mesmo com as contas desajustadas.

Ismael destaca que a presença dos contadores é fundamental para saber como vai financeiramente a empresa, mesmo que a decisão final sobre os rumos do empreendimento seja sempre do dono da empresa. “Por mais que o contador nos alerte, o empreendedor é cabeça dura e vai usar os dados fornecidos para tomar as decisões que achar convenientes.”

A história do Sushi By Cleber mostra que, além de empreender, é preciso ter muita atenção à gestão do negócio. “O empreendedor tem uma visão de inovação e de oportunidade, gosta do que faz e está sempre aprendendo. No entanto, o empreendedorismo não se ensina, se aprende na prática.”

Os sete passos para abrir um negócio

1. Informações básicas para abrir a empresa: Definição do tipo de empresa, modelos de participação, situação do titular ou do(s) sócio(s), nomes, capital social, atividades e cópias de documentos.

2. Consultas prévias: Verificar a situação dos sócios, pesquisar o nome da futura empresa, pedir o boletim informativo do imóvel onde o negócio irá funcionar, consultar licenças necessárias. É necessário prestar atenção às principais consultas prévias, que são Receita Federal, Junta Comercial do Rio Grande do Sul, Secretaria Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul, Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre, Secretaria Municipal da Produção Indústria e Comércio. Informe-se também sobre Lei Complementar 123/06, Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, Cartilha do Novo Código Civil, Simples Nacional e Código de Defesa do Consumidor.

3. Registro do contrato social ou Requerimento de Empresário: O contrato entre os sócios é o instrumento que regerá a empresa, mostrando as responsabilidades, direitos e deveres de seus membros e de terceiros.

4. Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica: O CNPJ é um cadastro obrigatório para toda empresa, expedido pela Receita Federal. Sem ele, a empresa está impedida de abrir conta bancária, realizar compras de fornecedores, emitir nota fiscal, participar de licitações e obter registros.

5. Inscrição Estadual e Municipal: A Inscrição Estadual é expedida pela Secretaria Estadual da Fazenda. O documento é obrigatório para empresas dos ramos do comércio, indústria e serviços de telefonia, distribuição de energia elétrica, transportes interestaduais e intermunicipais.

6. Registro do alvará: Inscrição da empresa na prefeitura do município para fins de obtenção do Alvará de Funcionamento. No caso de Porto Alegre, por exemplo, o documento é concedido pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic).

7. Registro em Sindicatos: A legislação sindical em vigor no Brasil estabelece a necessidade de coordenação, proteção e representação legal de categorias econômicas ou atividades exercidas pelas empresas. Cada atividade empresarial possui a sua representação sindical. Identificando a atividade principal da empresa, é definido também qual o sindicato correspondente a ela. Para esta entidade é recolhido, anualmente, o imposto sindical patronal.

Fonte: Jornal do Comércio - RS

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