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Nina Mehta and Jesse Westbrook, Bloomberg, de Nova York
A Securities Exchange Commission (SEC), órgão que regula o mercado de capitais americano, votou ontem pela proibição de que corretoras ofereçam aos clientes acesso livre às bolsas e outros ambientes de negociação, prática chamada de acesso patrocinado. Essas operações representam dois de cada cinco negócios com ações realizados nos Estados Unidos.
Segundo a presidente da SEC, Mary Schapiro, o acesso livre pode expor o mercado e as corretoras que oferecem esse serviço a riscos muito elevados. "Estamos preocupados que erros em ordens enviadas nesse sistema possam tornar, repentinamente e de forma significativa, um operador ou outro participante do mercado financeiramente vulnerável em meros minutos ou segundos", disse Schapiro ontem em Washington.
Os consellheiros da SEC se reuniram ontem para iniciar a elaboração das próximas fases de regulação do mercado de ações, com foco em estratégias utilizadas por investidores profissionais, como acesso patrocinado, "dark pool", alta frequência e "co-location". A SEC vai receber comentários nos próximos 90 dias antes de decidir se propõe uma regulação aos legisladores.
No Brasil, a BM&F Bovespa prepara a adoção das negociações em alta frequência e "co-location", em que operadores e corretoras colocam computadores junto aos servidores das bolsas para diminuir o tempo de envio das ordens.
A proposta da SEC poderia exigir que os operadores estabeleçam riscos preliminares de controle sobre operação e supervisão dos procedimentos dos clientes que possuem hoje acesso livre ao mercado. Isso inclui salvaguardas para reduzir a possibilidade de ordens erradas devido ao mau funcionamento de computadores ou falhas humanas, ordens que potencialmente podem ultrapassar os créditos e limites de capitais das empresas.
Os bancos americanos Goldman Sachs e Morgan Stanley permitem que seus clientes utilizem o acesso direto desde que o risco das operações seja verificado.
A SEC também está avaliando supervisionar os profissionais que usam estratégias de alta frequência - milhares de ordens por minuto feitas por computadores -, dado o questionamento de que a prática favorece Wall Street à custa dos investidores individuais. Os defensores da tecnologia argumentam que a alta frequência diminuiu os custos e elevou a liquidez.
Em relação ao "co-location", a SEC pretende saber se a prática dá aos operadores uma vantagem injusta e se, com isso, precisa de regulação.
Fonte: Valor Econômico
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