Palavras do Mestre dos Mestres

Palavras de despedida do Professor Antonio Lopes de Sá no X Prolatino, realizado em novembro de 2009.

“Eu não sei quanto tempo de vida me resta. Quem me criou também determinará, naturalmente, a hora em que serei convocado para outras missões. Posso ver, nesse poente da vida, muitas coisas. Eu dediquei feriados, dias santos, horas que roubei da família para dedicar a vocês. A minha última palavra é: “Enquanto um sopro de vida me restar, ele será de vocês”. Não sou candidato a nada. Não é discurso político, mas quero estar no coração de vocês”.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fraudes podem levar empresas à falência

Notícias

Especialistas defendem em São Paulo cuidados especiais na contratação de funcionários, de empresas terceirizadas e nos processos de checagem de dados

Beth Matias

São Paulo - No mundo dos negócios, quem já não passou pela experiência de ter um cheque devolvido ou uma recusa de pagamento de fatura de carão de crédito por fraude? Nos Estados Unidos, as empresas perdem por ano cerca de US$ 600 bilhões em fraudes. Um terço das companhias americanas são vítimas de fraude e um em cada seis bancos reporta lavagem de dinheiro.

 

A fraude em cartões de crédito no Brasil, quando comparada ao faturamento das empresas, quase triplicou nos últimos quatro anos, passando de 0,06% em 2005 para 0,15% em 2009, segundo dados da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

 

O tema foi discutido na tarde de terça-feira (15), em São Paulo, durante o 4º Seminário Internacional – A Crise Mundial e Seus Impactos na Fraude. O seminário contou com a presença do consultor e ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo George Henry Millard e do representante da Associação Comercial de São Paulo Eduardo Daghum, entre outros.

 

Os dados são considerados alarmantes, principalmente para os pequenos negócios, que cada vez mais utilizam-se do cartão de crédito, um meio de pagamento cuja operação cresce cerca de 25% ano. “Os bancos estão investindo em empresas terceirizadas, mas é preciso que a prevenção comece dentro das instituições financeiras”, adverte o presidente da Acrefi, Adalberto Savioli.

 

Segundo George Henry Milan, ex-delegado e especialista no assunto, a fraude possui duas origens: a externa (prestadores de serviço, clientes e fornecedores) e a interna (funcionários). “No Estados Unidos, as fraudes internas giram em torno de US$ 50 bilhões, o que equivale a 1% ou 2% das vendas das empresas americanas. Elas são responsáveis também por 20% das falências”.

 

No Brasil, segundo dados da KPMG, 23% das fraudes estão nas notas frias, 27% na falsificação de cheques e documentos. “Cada vez mais a sofisticação dos fraudadores determina investimentos em áreas que não são produtivas. Essa é a tarefa mais difícil: convencer o empresário a se prevenir”.

 

Milan acredita que a recessão global é uma oportunidade para este tipo de crime. “Em tempos difíceis há uma redução das defesas e uma ansiedade por resultados, deixando de lado determinadas preocupações”. Para Eduardo Daghum, da Associação Comercial, as metas comerciais estão cada vez mais arrojadas e há diferentes procedimentos de prevenção nos pontos de venda. Além disso, segundo ele, há grande rotatividade de funcionários e uma terceirização pouco especializada.

 

Como evitar fraudes

 

Para o especialista da Associação Comercial, as fraudes acontecem nos meios de pagamento eletrônico porque as portas estão abertas. “Temos portas nos caixas eletrônicos, nas máquinas das lojas, na forma de transmissão de dados entre as lojas e a matriz. Não adianta uma tecnologia de última geração se o processo não está adequado”, diz Daghum.

 

Os especialistas concordam que é preciso investir na inteligência para diminuir os casos de fraude. Filtros na contratação de pessoal, programas de ética e integridade dentro da empresa são fundamentais. Daghum mostrou um vídeo que está no You Tube, onde um funcionário de uma lanchonete clona os dados do cartão de crédito de um cliente. “Ninguém percebe, mas ele vende estes dados para outros fraudadores. Com a tecnologia da informação, em minutos este cartão pode ser clonado no Japão”.

 

Segundo ele, outro assunto sério é a falsidade ideológica, muito comum nos pequenos comércios. “Muitas vezes dados simples e inconsistentes não são checados por pura falta de um processo bem implementado”. Ele cita como exemplo diferentes CPF com o mesmo DDD, telefones com dígitos iguais (3333-3333) e números de telefones públicos.

 

As empresas, diz Eduardo Daghum, não se preocupam em ter um modelo estatístico de fraude. Para o especialista, é preciso conhecer o comportamento do “seu” fraudador. “Há empresas que são fraudadas pela mesma pessoa várias vezes em diferentes pontos de venda. Essa falta de comunicação pode custar muito caro aos empresários”.

 

Para tentar diminuir os riscos, os especialistas aconselham que as empresas estejam em constante alerta, com processos internos de segurança muito bem estruturados, com políticas de prevenção constantes e atualizadas e com um banco de dados sobre fraudadores, inclusive dos concorrentes.

 

Fonte: Agência Sebrae

 

 

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