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Da Redação
Carlos Alberto Rabaça SOCIÓLOGO E PROFESSOR
Quando, em 1857, operárias de uma fábrica
Mulheres começaram a escalar os degraus do poder no mundo ocidental, ainda no século 19, em campanhas pelo direito do voto que chocaram seus contemporâneos. No século 20 continuaram a luta para que os homens reconhecessem o valor de sua opinião e de sua força de trabalho. No Brasil, a partir de 1922, com a organização da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, sob a direção de Berta Lutz, iniciou-se a luta pelo direito do voto, mas a mulher só alcançaria o direito de votar e ser votada pelo Código Eleitoral de 1932. No ano seguinte, a mulher participou ativamente da campanha eleitoral, elegendo a primeira deputada da história brasileira, a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz, e a professora Almerinda Farias Gama que integrou a Assembleia Constituinte de 1934.
A partir de 1942, depois de vários anos de ditadura, as forças políticas democráticas começaram a se rearticular e a lutar contra o Estado Novo. Mais uma vez a mulher esteve presente, de forma ativa, contra a entrada do Brasil na guerra contra o nazifascismo, na luta pela anistia, pela Constituinte e pela liberdade de expressão. Com a redemocratização, em
O início da década de 60 assinalou o avanço significativo de forças sociopolíticas, que colocaram na ordem do dia um conjunto de exigências com o objetivo de promover mudanças democráticas no país. Nessa conjuntura a mulher esteve presente nas lutas políticas, junto a forças conservadoras ou revolucionárias, que culminaram com o movimento militar de 1964. Nos anos seguintes a participação política da mulher e de toda a sociedade brasileira sofreu uma queda brusca com a implantação do regime de exceção.
Na década de 70, as forças democráticas se reorganizaram e se articularam numa ampla frente contra o regime ditatorial, e, nesse contexto, ressurgiu com maior vigor a participação política da mulher nos mais variados setores de atividades. Mulheres brilhantes romperam barreiras e foram marcantes no processo histórico das reivindicações femininas, como a jornalista polemista Adalgisa Nery, eleita para três mandatos até sua cassação em 1969; Carmen da Silva, jornalista feminista que fez a cabeça de suas leitoras; Cecília Meireles defendeu a modernização da educação brasileira; Eneida de Moraes, linha de frente na defesa de temas como anistia e organização de associações; Helena Ferraz, crítica irreverente e satírica; Hilde Weber, caricaturista que retratou fatos políticos e seus personagens; Lena Frias, a repórter que denunciou o colonialismo cultural; Nair de Teffé, a Rian, que escandalizou a sociedade do século passado e irritou políticos como Rui Barbosa; Elvira Boni, militante anarcossindicalista e líder no movimento operário; Carmem Ghioldi e Olga Benário, sacrificadas por seus ideais socialistas.
Ainda na década de 70, o movimento feminino ressurgiu fortemente contra o custo de vida. Outra reivindicação importante nesse período é a luta por creches nos locais de trabalho e moradia, objetivos que são perseguidos até os dias de hoje. Alguns dados estatísticos conhecidos demonstram a mudança de status da mulher na sociedade brasileira.
As mulheres representam 41 % da força de trabalho no nosso país. Hoje elas chefiam 35 % dos lares, respondem por 46 % das transações com cartões de crédito e estão à frente de 52 % das pequenas e microempresas, segundo pesquisa da SD&W. Há muito mais mulheres que terminaram a universidade, informa o IBGE com dados de
Fonte: Jornal do Brasil e Agência Sebrae
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